O engenheiro do futuro

16/09/2012 21:40

 

Em face ao desafio da engenharia em tempo real, que características deverá apresentar o engenheiro do futuro? Num ambiente onde a mudança tecnológica é a regra, deve-se buscar algo sólido onde ancorar os conhecimentos e uma enorme capacidade de entender e se adaptar as novas situações. Tudo isso aponta para uma formação científica tecnológica básica muito sólida. Esta formação do engenheiro, visaria sua adaptação para os cursos especializados virtuais do tipo just in time, capacitando-o a ter acesso aos laboratórios virtuais em nível mundial para seu desenvolvimento.

Enfatizamos que a educação continuada deve-se tornar a regra. A reciclagem dos engenheiros já formados deve, além de lhes fornecer informações just in time, buscar também completar sua formação básica, de modo a adaptá-los a um ambiente onde a mudança tecnológica contínua será a regra e a ameaça da rápida obsolecência será constante.

A verdade é que todas as áreas profissionais serão em maior ou menor grau afetadas. Urge adaptá-las às novas situações que se apresentarão.

No caso das engenharias, torna-se fundamental repensar-se os cursos de graduação no sentido de torná-los mais eficientes e produtivos, buscando a formação rápida de profissionais mais flexíveis e adaptáveis a novas situações.

Existiu até pouco tempo atrás uma tendência de excessiva especialização das áreas de engenharia exigida pela era pós-industrial. Esta excessiva proliferação de especializações produz engenheiros pouco adaptáveis, que podem rapidamente tornarem-se obsoletos. A tendência pode ser desastrosa na Infoera, onde a mudança permanente é a regra. Na Infoera é extremamente recomendável formar um engenheiro básico, tal como o médico e o advogado, e especializá-lo de acordo com as necessidades profissionais. Para isso, devemos ter não só uma redução drástica do número de especializações em engenharia, como também um controle muito efetivo dos engenheiros que serão formados. Estes engenheiros deverão ter uma grande quantidade de aulas práticas e aulas de laboratório, além de homeworks intensivos. Deverão inclusive serem incentivados a cursar algumas disciplinas virtuais do tipo just in time.

A educação continuada e a reciclagem serão partes inseparáveis da vida profissional e não uma exceção como ocorre hoje, fazendo parte eficiente da produção industrial de uma empresa, devendo ser por isso, prevista nos ambientes de trabalho.

A absorção de conhecimentos nos atuais cursos de engenharia não é eficiente, e está em clara desvantagem com cursos paralelos que apresentam menor número de horas de dedicação. Na área de Ciências Exatas, por exemplo, os cursos de Ciência de Computação e Física, são em tempo parcial e de menor duração.

Para maior eficiência operacional dos cursos de formação de engenheiros e maior rapidez de formação e adaptação destes engenheiros, são recomendáveis as seguintes modificações:

  • Redução do número de anos da engenharia básica. Nosso ponto de vista é que quatro anos seriam suficientes, dando-se nesses quatro anos, além da formação básica, alguma especialização do tipo just in time;
  • Incorporação dos 2 anos de mestrado para a engenharia mais plena e especialização.

É necessário também, reestudar e reestruturar as atribuições estabelecidas pelo CONFEA e pelo CREA, pensando-se nas atribuições do engenheiro básico e nas atribuições dos mestres e doutores de acordo com sua especialização. Deve-se também incluir a experiência adquirida na educação continuada e nos cursos virtuais just in time.

Só dessa forma nossos engenheiros estarão aptos a enfrentarem o desafio da Infoera sem se tornarem obsoletos antes mesmo de se graduarem.

 

 

* Infoera - Era da informação

 

 

Fonte: engenheiro2001.org.br